Montagens Teatrais, Dança, Cultura dos Povos, Intervenções Urbanas, Videodança e Performances: as investigações cênicas do Coletivo Alma geraram algumas criações que circulam por espaços alternativos da cidade, florestas, rios e ruas. Entre o corpo e o espaço das culturas urbana, caipira, cabocla, quilombolas e indígenas.
Conheça um pouco mais sobre estas experimentações cênicas.
(Des)água
Na fábula, dois povos - o povo bacia, que celebra
a natureza, e o povo pneu, que aprisiona a força das águas – se encontram às
margens de um rio morto e entram em conflito. Uma grande indústria se instala
no antigo leito e os sobreviventes se veem afetados pelos destroços de uma
enchente.
O fim do rio é o começo de uma
indústria que cresce
“Fui encanada, retificada, destruída, minha
geografia original foi esquecida.
Ressurgi leito seco, peixe morto, espuma e esgoto”
Navegamos durante sete meses,
muitas horas por dia, às vezes encalhando em bancos de areia e lixo (da
sociedade: de nós mesmos). As ruas do Conjunto José Bonifácio e as margens do
rio Jacú em Itaquera e do rio Tietê,
em suas Cabeceiras, nos
receberam e nos estranharam, para que pudéssemos mergulhar no processo criativo
de mais uma montagem teatral. Partindo das muitas experiências e reflexões,
seguimos o percurso, fortalecendo as linguagens artísticas,banhados pelos
afetos que reestabelecem as relações comunitárias no lugar em que vivemos.
Assim, pudemos nos nutrir do teatro que reúne, afeta, permeia e permite nos
sentirmos vivos e ativos em meio a uma imobilização generalizada.
Que venham as inúmeras
possibilidades de criação e transformação neste mundo possível:
Desaguemos!
Ficha técnica do
espetáculo (Des)água
Concepção:
Coletivo ALMA
Direção
geral: Edgar Castro
Dramaturgia:
Coletivo ALMA, com colaboração de Rogério Guarapiran
Elenco:
Adilson
Fernandes “Camarão”
Adriana
Gaeta
Alexandre
Falcão
Ana
Rolf
Fabrício
Zavanella
Letícia
Elisa Leal
Mauro
Grillo
Thiago
de Oliveira Silva
Direção
musical: Raniere Guerra
Direção
e produção de áudio: Fabrício Zavanella
Música
original: coletivo ALMA
Preparação
musical (percussão) e confecção de instrumentos: Adilson Fernandes
“Camarão”
Preparação
corporal: Mauro
Grillo e Thabata Ottoni
Figurinos
e cenografia: Samara Costa
Assistência
de figurinos: Clara Njambela
Produção
executiva: Marcello Nascimento de
Jesus
Produção
artística: Alexandre Falcão e Letícia Elisa Leal
Assessoria
de comunicação: Adriana Gaeta Braga
Registro
em foto e vídeo: Eliana Maurelli e Jonilson Montalvão
Arte
gráfica: Murilo Thaveira
Orientação
das oficinas teatrais: Samara Costa e Thabata Ottoni.
As
fontes onde buscamos a matar a sede
Vídeos e
Filmes
1984, deMichael Radford
A febre do rato, de Cláudio Assis
A febre, de Carlo Nero
A História da água engarrafada –
a grande mentira da indústria, do projeto The StoryofStuff
Entre Rios, de Caio
Silva Ferraz
Metrópolis, de Fritz Lang
Ritos de Rios e Ruas, do
Coletivo ALMA
Sobre rios e córregos, deCamilo Tavares
Tirosna Broadway, de Woody Allen
Esse
Rio é Nossa Vida, de Daniel Wegmann e
Phillype Urvoy
Vídeos de
espetáculos e intervenções cênicas
Dança Butoh,
SankaiJuku
Pororoca, Lia
Rodrigues
Stop the War, The Living Theatre
Leituras:
A peça didática de Baden-Baden sobre o acordo, de Bertolt Brecht
Cobra Norato, de Raul Bopp
Corpo a Corpo:estudo das performances
brasileiras, de Zeca Ligiéro
Meditação sobre o Tietê, de Mário de Andrade
Por uma poética da performatividade: o
teatro performativo, de Josette Féral
Tietê, o rio que a cidade perdeu, de JanesJorge
Um Peixe Olhou Para Mim:
o Povo Yudjá e a Perspectiva, de Tania StolzeLima
A senhora das Águas na Amazônia, Lucy Coelho Penna
Iniciada a temporada em junho de 2013, (Des)água segue em circulação pelo Alto Tietê até o final de setembro, sempre com apresentações gratuitas e em espaços abertos.
Vento ao Leste, enquanto sopra o tempo
As avenidas que atravessaram os caminhos durante as entranhas que se abriram até aqui, devem a sua carona ao marco da velocidade imóvel. Não podemos ser ingratos aos deslocamentos que nos transferem, apesar deste atual modelo transfigurar paisagens/pessoas... as fontes da vida canalizada apenas sugerem, no seu “estilo de vida”, a memória das civilizações que, como elas, seguem o fluxo em um cano subterrâneo alimentando vícios e existências.
O processo, digamos,
desconstrutor, da intervenção Vento ao leste, enquanto sopra o tempo nos
permitiu dar mais um passo de encontro aos abismos existentes entre o ser
vivo/ser lugar e suas extremidades.
Livr emente
inspirado no filme Barravento de Glauber Rocha,
"Vento ao leste, enquanto sopra o tempo" é um rito de passagem
que narra com o vento a trajetória do corpo humano nas relações engenhosas do
capitalismo nos processos de ocupação humana e o intrínseco diálogo entre
território físico e o ambiente urbano.
A partir deste prisma
navegamos por alguns lugares onde reconhecer o não lugar foi o barlavento que
nos guiou aos sentidos híbridos do termo Barravento. Tínhamos pouco menos de um
mês. Passamos pelas des-conjunturas capitalistas na ocupação dos territórios
humanos, nas relações engenhosas da imobilização dos espaços, pelo dilatar da
pupila com Glauber Rocha,sob os ritos de passagem com Victor Turner, entre os não-lugares
com Marc Augé, nas ruas com os tráfegos, camelódramos, clows, viadutos e
penhascos. Paramos em nós, diante um lugar desconhecido, inóspito e habitado.
Uma quase réplica de jangada foi construída com troncos de uma jovem desconhecida árvore seca, encontrada aos trancos e barrancos que transitavam no refugo dos entulhos de uma praça. Assim, demos início a travessia -a cada apresentação, o fluxo das avenidas é o ponto de partida do homem/tronco a ser loteado ao homem/ser de algum lugar. Seus passos são estreitamente vigiados, impermeabilizando o trajeto de maneira que as pessoas se aproximem sem compromisso.
Cinco mulheres que o
plantaram em algum ventre, se desfazem do território físico como grandes
empreendedoras de um futuro próspero ao mesmo tempo em que, carregar o corpo
daquele homem é o símbolo das mortes que as superam: medos, angústias, vazios,
apegos, verdades, contradições de seus lugares...
E assim seguimos o percurso das avenidas e das aguas subterraneas apresentando em diversos espaços públicos no dialogo com o público de passagem e com
os espaços em questão: os seres moveis e os seres imoveis.
FICHA TÉCNICA
Elenco:
Ana Rolf, Adriana Gaeta, Letícia Leal Amoroso, Thabata Ottoni, Mauro Grillo
Trilha Musical:
Porto de Luanda, Letícia Leal Amoroso, Nayê Mello
Figurinos:
Maria Cecília Mansur
Concepção e Roteiro:
Thabata Ottoni
Realização: Coletivo Alma
FICHA TÉCNICA
Elenco:
Ana Rolf, Adriana Gaeta, Letícia Leal Amoroso, Thabata Ottoni, Mauro Grillo
Trilha Musical:
Porto de Luanda, Letícia Leal Amoroso, Nayê Mello
Figurinos:
Maria Cecília Mansur
Concepção e Roteiro:
Thabata Ottoni
Realização: Coletivo Alma
Desvendo
"O museu
em movimento" é
um projeto experimental de videodança do Coletivo ALMA que nasceu em
2010 como conclusão do curso O museu e a inclusão sociocultural realizado
pelo núcleo educativo da Pinacoteca do Estado.
A
proposta se consolidou com o espetáculo "Desvendo" criado a partir do diálogo
com o espaço interno do museu e a fisicalidade das obras abordadas e
suas memórias, estreiando uma temporada no Ponto de Cultura Cohabitarte em
agosto de 2012.
Agora o projeto pretende levar para as ruas do centro esse
repertório de imagens e movimento em diálogo com a memória coletiva das ruas em
suas ordens e desordens simbólicas e concretas no contraponto com as memórias
molduradas do atual acervo da Pinacoteca, tendo como vértice artistas
como Lygia Clarck e Almeida Junior.
Para saber mais acesse:
http://projetodancaseandancas.blogspot.com.br/2012/09/videodanca-no-ponto-de-cultura.html
Para saber mais acesse:
http://projetodancaseandancas.blogspot.com.br/2012/09/videodanca-no-ponto-de-cultura.html
FICHA TÉCNICA
Direção e Edição de Imagens: Eliana Maurelli e Jonilson Montalvão
Atores criadores: Mauro Grillo e Thabata Ottoni
Realização: Coletivo Alma
Danças e Andanças: Corpo, Memória e Cultura dos Povos
"À sombra do merizeiro", montagem de conclusão do projeto “Danças e Andanças: O teatro Antropológico no lendário Amazônico” no oeste do Pará, foi livremente inspirada nas histórias de vida dos povos das margens do rio Tapajós. Projeto contemplado pelo prêmio Funarte Interações Estéticas Residência Artística em Pontos de Cultura 2010 em parceria com o Ponto de Cultura da Oca, Alter do Chão, PA, Amazônia.
De cunho intergeracional e ritualistico o projeto nasceu com base nos estudos da antropologia teatral e da cultura dos povos. De março a setembro de 2011 o projeto navegou entre as margens do rio Tapajós e Arapiuns investigando por meio do corpo e das oralidades os ritos, lendas e imaginário popular ligados às águas da região.
Cauã Nóbrega
Valmir Nobre
Jade Nobre
Iaci Penteado
Fabiano Jucá
Ronaldinho Nobre
Ronaldinho Nobre
Danimara Queiróz
Elen Patrícia
Lairton Lucas
Glória Queiróz
Maria Cualene Santos
Woshington Elasio Cardoso
Zagalo Rocha
Andria Juliane
Gilmar Alves
Elisandra Cheiro
Investigadores de memória:
Iris Gabriela Costa,Caroline Castro,Iaci Penteado,Aluá Faria,Nuíta
Jasmim,Ahimsa Faria, Ezequiel Pereira,Tainá Nobrega,João Costa,Thabata
Ottoni e Daniel Wegmann.
Entrevistados:
Luzia Lobato, Civito Malaquias,Raimundo José Sardinha,Elson
Correa,Maria Benedita,Rafael dos Santos,Cantino Ferreira, Maria Costa,
Laurimar Leal, Ezequiel Pereira, João Costa e Elen Patrícia e Brenda
Alves.
Colaboradores: Iaci
Penteado,Juliana Balsalobre,Juliana Jucá,Jorge Indio,Conselho
Comunitário de Alter do Chão,Maria Auxiliadora, Associação dos Moradores
São Braz,Escola Municipal Boa Ventura,Adelina Vieira,Espaço Alter do
Chão (Borô) Circo Alter, Arte Grupo Lago Verde,Thiago Oliveira,Suely
Nobrega,Marcos Motta Abreu, Dr. César Macedo, Alessandra Faria e Allison
Jone e Eugênio Scannavino Netto.
Figurinos: Juliana Jucá (Jujucá)
Iluminação e imagens: Phillipe Urvoy
Designer Gráfico: Marcos Motta Abreu
Construção das máscaras: Elen Patrícia,Cauã Nobrega, Maria dos Santos, Woshington Elásio, Mateus e Brenda Alves.
Orientação máscaras: Cauê Nobrega e Carlos Godoy
Músicas do espetáculo: “Bumba bumba”(música angolana de reverência as águas transmitida oralmente por Laurimar Leal),Marambiré, Homenagem ao grupo Espanta Cão,“Salve as folhas”(de Ildásio Tavares, álbum Brasileirinho Maria Betânia),A vida de Todo eles (de Thabata Ottoni e Daniel Wegmamm)
Direção Musical:Allan Cheto
Músicos: Participação especial do projeto Construsom com, Allan Cheto,Rafael Jucá, Daniel Wegmann e Catraca Blue.
Produção: Coletiva
Fotografia: Márcio Ramos
Dramaturgia: Daniel Wegmann e Thabata Ottoni
Direção: Thabata Ottoni
Realização: Ministério da Cultura e FUNARTE.
Para saber mais acesse:
0 comentários:
Postar um comentário