A terceira versão do Sarau Lundu reuniu artístas e convidados de várias regiões além de propor um olhar mais apurado aos sentidos degustativos da poesia.
A parceria com o Clube do Rabisco encheu o Barracão de cores e impressões digitais que deixaram suas marcas não só no espaço mas no tempo de quem tocou, no corpo de quem dançou e na memória de quem passou por lá.
E das pinceladas do verbo em movimento,
fragmentos de partilha...
"Política é a arte de ser regido
o safar do viver
da ironia mal paga
carimbada nos autos da inventaria renegada
E preferiria aqui, periferia, saudosa há cantaria
num gole de palavra, letrada nem de todo branco,
na fila do banco,
ou de cima dum cavalo manco:
prefeito Rei de ser
pra deixar quem quer que queira
de bem querer, bem viver!
o suor desse pisar escorrido
carregado de entulho no peso fardado de leis
um pedaço da casa
que a minha ruína aqui se adianta..."
O Sarau Lundu é uma das ações do Ponto de Cultura Cohabitarte que nasceu do impulso de reunir, provocar, sensibilizar, dentro de um clima de celebração o sentimento de pertencimento, ou seja a arte de pertencer ao contexto sociocultural, ambiental e cosmico ao qual estamos inseridos.
A primeira versão deste encontro, foi no dia 11 de setembro de 2010. Na época acompanhávamos a rotina de movimentos que apoaiavam palestinos refugiados no Brasil, e como um símbolo memoriável escolhemos a data de uma das grandes tragédias anunciadas que marcou o século.
E em homenagem aos movimentos artíticos que sobrevivem da própria arte e a beleza e resistencia do povo Palestino que, " A Arte como Resistência Cultural" no primeiro lundu e a "A Arte que nasce na Zona Leste" deram sequência ao lema de reunir artistas que representassem as mais diversas linguagens em busca de uma forma de resistir culturalmente, ou seja, a arte dos "desmandos" desse desmundo capitalista que ainda nos alimenta e reiventa realidades...
"Antropololítica de Entrega em Profundidade:
Desmarcarar os limites do mistério"
(Roberto Piva)
"Sempre compreendo o que faço
depois que já fiz,
Acho que é defeito de nascença isso.
Igual como a gente nascesse de
quatro olhares
quatro orelhas..."
(Manoel de Barros,
Memórias Inventadas)
Samara Costa e Fabio Mattos artistas e curadores da Mostra dando um super gás na montagem e na ambientação do espaço: "...estava humanizada essa beleza de tempo ...a fecundar o trecho." |
Saudações especiais aos Amigos, Parceiros e Artistas que fizeram esse encontro acontecer
mão na massa, suor de praça!
às bandas Jazz FAMOSP, intempéries,Cia Porto de Luanda, Marco Conka, Arthur Phillipe, performances 'Dias de Comunna" e "Garganta Óssea", às instalações de Samara Costa, Fábio Mattos e Xica Lima, às exposições de Jéssica Mangaba, Jonilson Moltalvão, Rafael Mafra, Marcelo Onish, Samuka, Floema e a todos do Coletivo ALMA que neste mês de outubro vai completar nove anos de muito balacubaco.
E fiquem de olho na nossa programação
que a vela do barco vai assoprar com toda força
neste novo ciclo de ações em rede!
Cuêi Cuêi!
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